O dia 07 de abril é lembrado como o Dia Mundial da Saúde. Nessa data, o mundo volta seus olhares para debates e discussões acerca de temas que se relacionam com as condições da saúde pública ao redor do planeta.
Esse dia foi definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1948 com a intenção de iniciar um movimento de advocacy, estratégia de articulação, pela saúde que seja capaz de alcançar o mundo inteiro. De certa forma, foi isso que conseguiram, mesmo no cenário do mundo atual, em que o negacionismo da ciência ganha certa forma.
As campanhas do Dia Mundial da Saúde focam sua atenção em pautas com maior necessidade. Já houve ano que o tema foi a saúde mental, outro que foi a saúde das pessoas com mais de 70 anos e assim por diante. Geralmente, os temas que guiam o mote da campanha são doenças que estão sendo negligenciadas, mas que atingem todo mundo, mesmo que em graus diferentes.
Falar sobre saúde e suas vertentes não é fácil. A OMS define saúde não apenas como a ausência de uma enfermidade ou condição patológica. A organização considera saúde como o equilíbrio entre bem-estar físico, mental e social.
Uma simples comparação pode confirmar a definição da OMS. Uma determinada empresa que produz remédios lucrou R$ 110 bilhões nos primeiros três meses de 2020, segundo o Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ). Na contramão de todo esse lucro, no sertão, por exemplo, a quantidade de pessoas que sofrem com doenças relacionadas ao consumo de água insalubre cresce a cada dia nas regiões que não possuem sistemas de tratamento e distribuição de água e esgoto.
Em relação às doenças causadas pelo consumo de água ‘ruim’, nós, do Instituto Livres, trabalhamos diariamente desde 2013 com o projeto de soluções hídricas para combater a seca, a fome e a seca, Mais Água, para suprir essa brecha deixada pelo abandono nas comunidades no sertão do Piauí. Hoje, 31 comunidades no sertão piauiense estão sendo beneficiadas com uma nova oportunidade, esperança e melhor qualidade de vida.
Levando em consideração que a saúde é uma questão multidimensional, é provável que o remédio da saúde mundial só poderá ser encontrado quando as desigualdades que ‘desregulam’ o alinhamento entre bem-estar físico, mental e social forem extintos.
Lutar pela saúde é lutar pela igualdade social, racial, de gênero, cultura, econômica, regional etc.