A Organização das Nações Unidas (ONU) estipulou a 30 de janeiro o Dia Mundial da Não-Violência e Cultura de Paz. Esse dia se destina à discussão de algo que deve ser debatido, discutido e combatido diariamente, a violência nas mais diversas camadas e locais da sociedade.
Esse é um dia voltado à educação das pessoas para a paz, à solidariedade, à resolução de conflitos, ao respeitos à existência das diferenças étnicas e culturais e aos direitos humanos.
Diversos movimentos sociais e organizações da sociedade civil, como nós do Instituto Livres, fazem questão de usar essa data como momento de alerta e conscientização. Mas nunca um dia para celebrar!
Viver num mundo que ainda precisa conscientizar pessoas a fim de acabar com a violência é no mínimo preocupante. As pessoas deveriam buscar isso por conta própria.
Ao redor do globo, existem diversos formatos de sociedade. A maioria deles está embasado num sistema que encontra na violência uma forma de resolução de problemas. Resolvem violência com mais violência. Criam um ciclo vicioso e nocivo.
Nesse modelo de convivência, a violência se torna institucionalizada e ocupa locais onde nunca deveria ter chegado. Algumas instituições operam unicamente na base da violência, causando guerrilhas e revoltas com queles que deveriam trabalhar junto e fazer prosperar.
Uma realidade violenta
Estatísticas apontam que a violência continua fazendo vítimas a todo momento. Qualquer pessoa pode estar exposta ou sofrendo violência e a qualquer instante, por isso o cuidado deve ser geral e contínuo. Porém os dado apontam que a camada populacional mais afetada por esse mal são as mulheres, as pessoas negras, os membros da comunidade LGBTQIA+, em especial a população trans, e as pessoas pertencentes a camadas sociais mais baixas.
A desigualdade, a marginalização e a injustiça social são refletidas na constante violação dos direitos humanos, incluindo o direito à vida e à segurança dessas pessoas.
Em outubro de 2020, o portal Brasil de Fato levantou a informação de que “Uma mulher é morta a cada nove horas durante a pandemia no Brasil”. A revista Carta Capital ainda nos informa que pelo menos uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ é agredida por hora em nosso país, segundo informações do Sistema Único de Saúde (SUS).
Vale lembrar ainda que existem casos de subnotificação em que a real causa da morte ou agressão acaba não sendo trazida à tona, por isso acaba não sendo contabilizada juntos dos demais casos.
Existe solução?
A redução da violência é um pilar extremamente importante em nossa atuação. No projeto de Acolhimento Livre Ser, por exemplo, cuidamos de jovens e crianças que já foram vítimas de agressão, violação de direito ou por algum motivo tiveram sua integridade física e/ou psicológica postas em risco. Com isso, esperamos ser exemplo para resolução desse problema.
O mundo está se transformando. Como sinal dessa transformação, podemos levar em conta que atualmente temos um dia para falar sobre esses problemas que nos atinge. Mas ainda tem muito o que ser feito por uma efetiva transformação.
Algumas outras organizações que estão ao nosso lado nesse batalha pela Cultura de Paz estabeleceram alguns tópicos importantes que precisam ser conversados para que consigamos extinguir a agressão e a violência como forma de demonstração de poder e resolução de conflitos. Esses tópicos se resumem, em linhas gerais em:
- Educação para uma cultura de paz;
- Tolerância e solidariedade;
- Participação democrática;
- Fluxo de informações;
- Desarmamento;
- Direitos humanos;
- Desenvolvimento sustentável;
- Igualdade de gêneros.
A Cultura de Paz, quando ensinada e exercida, é capaz de resolver essa problemática que coloca qualquer pessoa numa posição de extrema fragilidade.
Tente exercer ao menos dois dos pontos citados acima. Dessa forma você já fará parte do Dia Mundial da Não-Violência e Cultura de Paz.
Seja a solução!