O uso da água ao redor do mundo para sanar diversas demandas e necessidades, como alimentação, higiene, produção industrial e agropecuária aumenta cada dia mais. Em contrapartida, a disponibilidade do recurso próprio para o consumo no meio ambiente diminui progressivamente, colocando muitas pessoas, em especial crianças em situação de vulnerabilidade hídrica.
Na ciência se utiliza uma lei teorizada por Lavoisier que diz: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Essa afirmação é usada, na maioria das vezes, para explicar o comportamento das partículas que compõem as moléculas de substâncias durante as reações químicas.
Sob esse ponto de vista, algumas pessoas pensam: “Mas se na natureza nada se perde, por que a água está acabando? Ela não deveria estar ainda disponível?”
Hoje apresentaremos ao menos duas respostas que justifiquem a escassez do recurso com base no pensamento de Lavoisier. A primeira resposta é dada pelo próprio Lavoisier quando diz que na natureza tudo se transforma.
(Neste blogpost não trataremos das água subterrâneas que purificamos com o projeto Mais Água, por exemplo. Mas sim, da água que está presente na superfície do planeta, por isso é utilizada com mais frequência e facilidade. Consequentemente, também se encontra em maior vulnerabilidade de poluição e mal uso. Se você tiver interesse em saber mais sobre nossa atuação no Mais Água, CLIQUE AQUI. )
A água potável tem se transformado em água suja. Na teoria, a maior parte da água que utilizamos em nosso dia retorna para rios, represas, mares e oceanos de onde vieram. Dessa forma, a natureza se encarrega de purificar novamente a água, porém, existe um percentual dessa água que é ‘despejada’ em ambientes que não são mais capazes de purificá-la. Quando um rio recebe constantemente poluição, sem ter tempo para se ‘auto limpar’, ele acaba morrendo e deixando de ser lar para animais e fonte de hidratação e alimento para outros seres vivos. A partir de então, tudo que chegar até ele será também poluído, ao invés de purificado. Ou seja, essa água se transforma numa solução insalubre. Ao menos que haja o devido tratamento, ela não pode mais ser consumida.
O ritmo desenfreado e irracional de consumo da água também é um dos responsáveis por colocar pessoas do mundo inteiro em situações de vulnerabilidade hídrica. O ritmo de consumo é maior que a capacidade de renovação natural do recurso. Quando uma pessoa gasta mais dinheiro do que recebe, por exemplo, uma hora suas contas ficarão negativas.
Enquanto isso, a UNICEF levantou informações que indicam 450 milhões de crianças vivendo em situação de vulnerabilidade hídrica. Quantidade que corresponde a mais que duas vezes a população do Brasil em 2019, segundo senso, sofrendo com falta de acesso à água, serviço de abastecimento ou tratamento de esgoto.
A falta de água não possui relação de exclusividade com a sede. Não sobrevivemos sem água, por isso sua ausência implica a busca constante por fontes alternativas e, quase nunca, próprias para consumo do recurso.
Nesse cenário, as 1,42 bilhão de pessoas no mundo que se encontram em situação de vulnerabilidade hídrica, segundo a UNICEF, começam a perder suas preciosas horas, energia, saúde e disposição em busca de fontes de água. Crianças deixam escolas e pais deixam as casas e filhos sozinhos, fenômeno que implica outros problemas sociais como a falta de oportunidade de vida melhor e desalento de crianças mais novinhas e pessoas com idade mais avançada durante as horas que os adultos e crianças já mais velhas saem em busca do recurso.
Desde 2013 buscamos reverter a realidade de vulnerabilidade hídrica causada por questões sociais e geográficas no sertão do Piauí.
Precisamos de sua ajuda para continuar esse ação.